Sem encontrar frestas
que lhe trouxessem o sol,
e já desbotado pelo
rigoroso inverno dos anos,
desaprendeu o que era sorrir
As antigas promessas foram,
aos poucos, se desvaindo
em episódios sórdidos...
Descalçado de sonhos,
teve os perfis sensitivos
prejudicados
Nada mais do perfume das flores,
do cheiro da terra molhada,
do toque, de um carinho no rosto,
do gosto de um apertado abraço
da sensação de ser amado
Sobrou-lhe, tão somente,
a roupagem da solidão,
que agora denominavam
debilidade senil
Mas os olhos,
ah! os olhos,
só mostravam saudade!
Marilene
Os olhos sempre mostram as cores da saudade...que bom ver os grandes de sempre firmes na poesia! Beijão Marilene.
ResponderExcluirOi, Ives!!! Quanto tempo! É uma prazer recebê-lo. Obrigada! Abraço.
ExcluirUm poema belíssima a descrever a velhice. O que dizem os olhos senão
ResponderExcluirque a vida por eles passou e, agora, só um toque de asa lhes dá a sensação
que ainda recordam o passado.
Boa e feliz semana
Abraço
Luís, os olhos realmente dizem muito, mas para quem ainda lhes dedica outro olhar. Obrigada. Abraço.
ExcluirTristeza em cada verso,Marilene! Linda poesia e essa saudade de viver, de ver, tão bem expressa! LINDA! beijos, chica
ResponderExcluirHá certa melancolia nessa fase da vida, uma vontade de ainda ser importante, ainda ter o que oferecer. Obrigada, querida! Bjs.
ExcluirLindo... o caminho de todos nós, ou de quase todos nós, uns morrem tão jovens, isso é ainda mais triste. Parabéns! Show!
ResponderExcluirCarlos, há caminhos e caminhos. Há o que se sentem acarinhados até o fim de seus dias. E há os que são descartados como objetos sem serventia. Triste. Bjs.
ExcluirNossa!! O título do teu belíssimo poema já é uma pancada real, tão presente em tantas vidas! Descarte: triste, muito! O terceiro verso é arrasador, chocante.
ResponderExcluirSolidão é tudo isso, uma sensação infinita de abandono.
Amiga, você é demais, aplausos sempre pra você!!!
Beijo, uma boa semana!
Tais, esse abandono me choca tanto! Muito são descartados, literalmente. Ninguém os vai visitar, ninguém os quer ouvir... Quando mais precisam do que ofereceram a vida inteira, nada recebem. Muito obrigada, amiga, pelo carinho e seu comentário. Bjs.
ExcluirTão belo de tão triste e real. Será o nosso caminho? Poderemos fazê-lo diferente?... Não sei, receio essa tristeza.
ResponderExcluirBeijinhos.
Fá, podemos estar presentes. E isso já é, além de presente, uma forma de agradecimento pelo muito que nos foi oferecido. Mesmo as pessoas extremamente independentes chegam a esse final. Bom se sempre tivessem o amor por perto. Bjs.
ExcluirO título pode quase confundir se com o nome e o pensamento do filósofo
ResponderExcluirA racionalidade, ou recusa dela, como ponte para a poesia
😊
René Descartes está longe dos meus pensamentos rss. Descartar um idoso é dos mais tristes atos que posso imaginar. Abraço.
ExcluirFoi uma hipótese atirada para o ar
ExcluirE falhada
😉
Abraço
Magoa por de mais esta realidade da condição humana...
ResponderExcluirQualquer que seja o Espírito Criador, errou muito.
Após uma vida, a partida deveria ser digna e meritória.
Um poema muito expressivo, belo e pertinente, visto
hoje ser o Dia Mundial da Terceira Idade.
Tudo pelo melhor, querida Marilene. Beijos
~~~~~~~~~~~
A velhice pode ser feliz, vivida ao lado dos entes queridos. Mas é dolorosa, quando existe o abandono. Majo, foi coincidência a abordagem, pois desconhecia a comemoração. Ontem, do nada, os versos me vieram à mente e os publiquei. É uma situação que muito me entristece. Bjs.
ExcluirNice poem i loved
ResponderExcluirMarilene
ResponderExcluirUm poema que tem tanto de belo como de triste.
A palavra descarte, é o que mais se vê com a velhice.
Eu saio daqui com o coraçao pequenino e demasiado comovida com o teor do poema.
Beijinhos
:(
Realmente, querida. Uma tristeza. Bjs.
ExcluirMarilene...Não sei quem foi tua inspiração , mas tocaste fundo em mim com tua poesia...e..
ResponderExcluir.vida que segue.Como é bom ler e metabolizar os versos de uma poeta tão sensível. Bjs
.
Muitíssimo obrigada pelo carinho, Claudete! Não sei porque, mas muito me tocam as questões relacionadas com o abandono. Bjs.
ExcluirMuito bom ler sua poesia !
ResponderExcluirE os sentimentos coincidem com o que realmente vivemos quando se fala em solidão e partidas.
Muito comovente, Mari e uma constatação de que acontece todo dia.
Meu abraço
Lis, pessoas jovens superam adversidades e até abandono. O mesmo não acontece com quem espera receber, um pouco de carinho, na velhice. Bjs.
ExcluirSó e somente só a poesia pode transitar em duas vidas em dois sentimentos aqui tão belamente poetizado. Solidão é fogo e este poema nos lê.
ResponderExcluirMaravilha Lena com sua arte tão bela profunda a nos inspirar e ler.
Carinhoso abraço amiga.
Belo voo.
Poetamigo, sempre me encanta com seus estimulantes comentários. Muito obrigada. Abraço.
Excluira vida é assim...um dia somos jovens e vivemos todas as emoções que sempre estão disponíveis.Depois sem ao menos perceber a paisagem vai mudando e com ela os personagens, alguns novos, outros mudam , outros desaparecem e o personagem em tela vai observando, refletindo sobre as novas histórias que se vão contando...depois de algum tempo , a foto esmaecida, amarelada , fora do contexto vai virando história, Tudo muito triste e melancólico e a vida dói! Sempre uma reflexão maravilhosa Marilene na sua poesia. Obrigada
ResponderExcluirUm abraço
A vida é um caminho estranho. Quando mais se precisa de afeto, os que o receberam durante tantos anos costumam se afastar, descartando o idoso. Uma tristeza. muito obrigada, querida, por seu lúcido comentário. Bjs.
ExcluirVersos que nos levam a pensar profundamente.
ResponderExcluirObrigada pela presença e comentário. Abraço.
ExcluirA você, que dança com as
ResponderExcluirpalavras, o meu boa noite.
Vou dormir ao som da sua
poesia.
Um beijo.
Obrigada. Bons sonhos.
ExcluirNossa história é composta de episódios e cenários, uns alegres, outros nem tanto, quando menos esperamos o livro da vida está recheado de lembranças. penso que seria um tanto sem sal não termos história pra contar.
ResponderExcluirVocê realmente é uma alfaiate das letras querida Marilene. Receba meu aplausos.
Bom dia e bom findi!
Bjss
Diná, querida, obrigada pelas palavras de estímulo. Bjs.
ExcluirSensibilidade em estado puro.
ResponderExcluirMuito bom, Marilene!
Um abraço :)
Muito obrigada pela presença e comentário. Sempre me alegra. Abraço.
ExcluirOlá, Marilene, a poesia é capaz destes milagres, contam tristes histórias, falam de almas sofridas, cantam os cantos da juventude e falam das névoas que acompanham a velhice. A poesia, Marilene, tu sabes bem, contam muitas histórias sem que se precise escrever muito. Parabéns!
ResponderExcluirUm bom feriadão, abraços!
"As névoas que acompanham a velhice". Gostei imenso de sua colocação. Muitíssimo obrigada por sua presença e comentário. Ótimo feriado para você e Tais. Abraço.
ExcluirOlá, Marilene
ResponderExcluirImpressionante como aborda esta temática. Não receber amor, desabituar-se de sorrir, cria uma habituação de tal forma impressiva que chega um momento na vida em que já não é possível voltar a momentos de alegria. O abandono gera a Solidão. Um dos males mais gritantes da nossa sociedade.
Gostei muito do seu Poema, minha amiga. Aliás, penso que é um dom escrever assim.
Beijo
Olinda
Que verdadeiro comentário, Olinda! A solidão na velhice é algo que ninguém deveria sentir. Muito obrigada por suas palavras e seu carinho. Bjs.
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