um amassado
na roupa invisível
que cobre a alma.
Uma pergunta sem respostas
que pede mais passos,
uma titubeada
e o clamor por um abraço
Em cada reta uma pressa
a pressupor certezas,
um não olhar o céu
um não sentir a brisa ...
um corcel quase selvagem
em campo aberto,
no descuido de uma ilusória liberdade
É na curva, no tombo,
no medo,
que as flores se abrem,
os sorrisos desabrocham
os sorrisos desabrocham
e o perfume se aprende a colher,
sem correr
Há rapidez nas retas
propiciando distanciamento
das necessárias esperas
das necessárias esperas
e provocando colheita
de um fruto ainda verde,
que traz o sabor
que traz o sabor
do líquido amargo
que da ansiedade escorre ...
O despertar mora nas esquinas,
onde aos olhos se apresentam
dois espaços,
momentos reflexivos de silêncio,
e pontos das sábias decisões
O cômodo adormecer das retas
cria fascinantes trajetos
onde os horizontes
parecem atingíveis e sem imprevistos...
mas o íntimo descansa
sem perceber que,
nos caminhos fáceis,
existem as reticências ...
Marilene
O despertar mora nas esquinas,
onde aos olhos se apresentam
dois espaços,
momentos reflexivos de silêncio,
e pontos das sábias decisões
O cômodo adormecer das retas
cria fascinantes trajetos
onde os horizontes
parecem atingíveis e sem imprevistos...
mas o íntimo descansa
sem perceber que,
nos caminhos fáceis,
existem as reticências ...
Marilene
Nos caminhos fáceis, tbm fica fácil se perder ...poema belíssimo...bjos
ResponderExcluirQue inspiração maravilhosa,Marilene! Essa é a vida: caminhos retos, até monótonos, outros com perigosas curvas, emocionantes. Mas as reticências estão nos caminhos... LINDO! bjs, tudo de bom,chica
ResponderExcluirSeus poemas me preenchem, me emocionam, Marilene. Lindo!
ResponderExcluirBeijo*
Renata
Assim é, Marilene; e de retas e curvas se faz a nossa jornada pela vida! Boa semana, amiga.
ResponderExcluirQuerida Marilene, a sua poesia vai sempre mais fundo à essência humana, ao âmago das questões.
ResponderExcluirA pressa de chegar a um destino tantas vezes incerto, escolhe as rectas, esquecendo que nos obstáculos,nas curvas, é que está realmente a vida.
Um momento mágico!
Um beijinho
Fê
A vida só é boa devido aos seus altos e baixos. Se tudo fosse como nós quiséssemos não haveria a mínima graça, a mesmice assumiria o comando. Belo e profundo o teu poema.
ResponderExcluirAbraços,
Furtado.
Gostei deste poema cheio de ritmo e musicalidade.
ResponderExcluirBeijos.
Você brincou e abusou com a imaginação, como uma acrobata das palavras, uma artesã das rimas, uma equilibrista dos versos. Engenhosa construção. Muito bem, Marilene. Beijos!
ResponderExcluirOi Marilene :)
ResponderExcluirAchei linda a ilustração dessa postagem!
Entre retas e curvas encontramos de tudo um pouco...
as muitas surpresas do caminho, às vezes nos desanimam,
e em outros momentos, nos empolgam.
O importante é vivenciar cada momento e sempre prosseguir...
Beijos!
Quanto mais se corre menos se observa, e cansamo-nos à toa.
ResponderExcluirApreciemos o vagar, e aproximemo-nos do essencial. É geralmente
no virar da curva que sentimos o vento forte a despentear-nos,
ou uma brisa suave acariciar-nos o rosto. As rectas são monótonas
e não trazem novidade.
Um maravilhoso poema, e uma imagem muito bela, também.
xx
Olá,Marilene,boa tarde, parabéns ...é isso mesmo, em cada curva,uma dobra, uma titubeada, um clamor pelo abraço>a curva nos dá a oportunidade de ir vendo um pouco de cada vez, por isso temos que estar preparados para lidar com o que nos aguarda- em cada curva-> a reta nos dá essa sensação de finitude , a pressupor certezas, e com isso, a pressa em chegar> a vida, nada mais é, que uma viagem feita de estradas; físicas ou simbólicas; curvas ou retas; altos e baixos; o despertar está nessa esquina,onde se apresentam os dois pontos e fazer a escolha certa,para o momento que se apresenta; o rumo certo, a velocidade certa; quem decide a direção, somos nós mesmos, sempre...
ResponderExcluirBelos dias,beijos!
São as curvas dos caminhos que nos dimensionam o quanto ainda temos para caminhar... As curvas assustam justamente pela impossibilidade de enxergar o "mais a frente". Mas é ali também, em meio aos revezes da vida, que "as flores se abrem, os sorrisos desabrocham"... Basta sabermos olhar com "olhos de querer ver", pois logo um passo a frente estará o primeiro raio de sol a nos esperar...
ResponderExcluirHá nas retas um chamado, um apelo, um pedido, que nossos pés traduzem como um convite a correr, ultrapassar limites, querer alcançar logo a reta da chegada... Não fossem as curvas a nos barrar o apressamento das coisas chegaríamos ao fim sem descobrir o perfume de uma flor, o cantar de um pássaro, um pôr do sol ou um raiar de manhã, e passaríamos pela vida sem realmente tê-la vivido.
Minha linda, que belo poema! Todos os teus trazem esta marca de sensibilidade, de realismo (mesmo envolto numa linguagem poética), como a nos desnudar a vida em seus meandros mais preciosos. E ficamos assim, eu pelo menos assim me sinto, tentada a ir além, a me infiltrar mais nos mistérios da vida, a inspecionar melhor os sentimentos e a debulhar com mais clareza as emoções. Tu nos instiga ao pensar, refletir com acuidade, ponderar, e nos exprimir dentro das nossas possibilidades. E penso que o papel do verdadeiro poeta, de um grande escritor, seja este mesmo, levar o leitor a viajar nas suas palavras, a embarcar na grande reflexão que a vida nos abre e que, muitas vezes, não paramos para dar-lhe a devida atenção. Gosto do que escreves, meu anjo, gosto muito!
E de há muito queria indagar se nada tens publicado, pois teus escritos são verdadeiras pérolas que tu nos ofertas com muita generosidade e essa doação que fazes (não somente nos teus blogs, como também nos comentários) é uma das formas mais bonitas de se interagir numa sociedade por vezes tão carente da bondade, compreensão e ternura por parte das pessoas.
Tens manancial de sobra para publicar um livro e, com toda a certeza, seria um sucesso enorme. Eu seria uma das pessoas que estaria na fila de autógrafos...
Como sempre estou saindo levando uma nesguinha da beleza do teu poema presa no olhar, mas estou deixando um delicada orquídea lilás inundada de sorrisos de anjos brejeiros e das estrelas que daqui a pouquinho estarão pontilhando meu céu.
Meu carinho, amiga querida,
Helena
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirpor vezes os desuses escrevem direito por linhas tortas...
ResponderExcluirpoema muito bem construído. gostei deveras!
beijo
errata : "deuses", deve ler-se
Excluirpeço desculpa
Meu amigo, li corretamente (rss). Estou sempre a cometer lapsos de digitação. Abraço.
ExcluirAdorei o título, a imagem e o poema, ah o poema!
ResponderExcluirque excelência conduzindo as palavras pelas retas de
caminhos claros de significados e as curvas nas
oscilações das imprevisibilidades da vida no seu impulso,
que muitas nos tiram do curso das retas,
as curvas quebram a rigidez dos caminhos retos,
trazendo as renovações. Mas, existem curvas nos
caminhos fáceis com reticências inexplicáveis.
Querida, a sua poesia é encantadora na sua
originalidade e sensibilidade poética única,viu?!...rss
Beijo.
Marilene,
ResponderExcluirEste seu “Entre retas e curvas” é, sem a menor dúvida, um poema muito bom; um poema inspirado e transpirado (para não esquecer o que dizia João Cabral, na sua definição de como nasce um poema). Parabéns.
Abraços.
Marilene
ResponderExcluirSempre aprecio os teus poemas, és uma poetisa muito imaginativa e inspirada. A tua mente é por natureza poética, o que se nota perfeitamente e as pessoas conhecem-se pelo que escrevem, quer no antigo modo de correspondência, quer na blogosfera. Saber ler o que as cada pessoa escreve, não é recorrer à grafologia.
Reportando-me, li o teu comentário no blog da Renata, com li os do MILAGRE. De fato, sou bastante naturalista e muitos dos meus poemas, também estes dois últimos, são recordações realistas. Por vezes as minhas recordações parecem ultrapassar a ficção.
Então para que fiçionar?
Reitero o meu apreço pela tua imaginação criativa.
Beijos
Gostei muito, vou seguir para estar a par das novidades :)
ResponderExcluirBeijinhos, Ana Sousa
http://the3oclock.blogspot.pt/
Olá mana,
ResponderExcluirVim apenas ler o poema. Voltarei depois para comentar.
Adianto, porém, que ele é um belo poema reflexivo e que a imagem é linda.
Beijo.
um poema onde a musicalidade das palavras é ritmada e muito bem construída.
ResponderExcluiro poema é excelente e a imagem que escolheu também acho que está muito bem "casada".
bela postagem.
beijo
;)
Entre retas e curvas, disse alguém: "... prefiro uma estrada insinuante a uma estrada sinuosa. Curvas enjoam. Retas seduzem. Quero a surpresa que me aguarde além do horizonte e não a que se esconde depois de cada curva".
ResponderExcluirO poema é maravilhoso mana, tanto em sua construção quanto ao seu conteúdo reflexivo. Retas são mesmo cômodas e monótonas, impulsionando-nos à distração, à impulsividade e à pressa que nada acrescenta. Por sua vez, as curvas escondem surpresas, convidando-nos a ir mais devagar, a observar melhor o trajeto e a utilizar os bons reflexos para opções mais certeiras. Daí serem mais enriquecedoras.
De qualquer forma, a vida é uma estrada de erros e acertos e os erros são a trilha de nosso aprendizado.
E, "nos caminhos fáceis, existem as reticências...".
Parabéns pelo belo momento poético.
Beijo.
Que poema especial!
ResponderExcluirLindas palavras!
Linda sexta!
Bj
Rê
Femme Digital
Marilene, as retas são mais fáceis de seguir, tudo à frente, sem sobressaltos, sem dúvidas, tudo tão reto, meio enfadonho. Há o perigo de seguirmos sem nada mais olhar, tudo é igual. As curvas nos aprontam, requerem atenção permanente, mas como nos surpreendem! Quanta beleza existe por detrás das curvas... Entre curvas e retas, fico com as curvas que, muitas vezes requerem uma superação para sair delas.
ResponderExcluirBeijão! Lindo de morrer, ou de viver - como dizia a Hebe?
De todo o lindo texto, Marilene, marcou-me especialmente esta verdade: "É na curva, no tombo, no medo, que o perfume se aprende a colher sem correr." Belo e profundo, boa semana.
ResponderExcluirNão há retas que não acabem em reticências... a vida é como uma estrada, reta, curva, larga, estreita...
ResponderExcluirMagnífico poema, gostei imenso.
Bom fim de semana, amiga Marilene.
Beijo.
Olá, Marilene
ResponderExcluirPoema reflexivo, muito bem elaborado que alia a beleza aos conceitos mais profundos da vida.
Nem todas as estradas são a direito - o que as tornaria bastante monótonas - tal como não há rosas sem espinhos. E é nas curvas das estradas (caminhos da vida) que as surpresas surgem e para elas temos que estar preparados.
Um Domingo cheio de Luz lhe desejo.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Marilene, que texto profundo! Creio ser do ser humano ter pressa, mas a ansiedade muitas vezes nos faz errar... impulsividade é boa somente em momentos pontuais, onde uma atitude faz-se urgente e necessária. Em geral, a sabedoria nos pede calma, nos lembra que cada coisa tem seu melhor tempo para acontecer.
ResponderExcluirTambém me parece lembrar que a vida é uma surpresa diária e que, mesmo que as coisas não saiam como planejamos, há beleza na trajetória.
abraços!
Devemos fugir dos "caminhos fáceis"... e das reticências...
ResponderExcluirQUE BELA INTERPRETAÇÃO DAS PERSPECTIVAS DAS RETAS E CURVAS. NEM SEMPRE O QUE NOS PARECE VISÍVEL NA RETA E A REALIDADE DO CAMINHO. NAS CURVAS AS SURPRESAS QUE NOS INSTIGAM.
ResponderExcluirQUE BELA INTERPRETAÇÃO DAS PERSPECTIVAS DAS RETAS E CURVAS. NEM SEMPRE O QUE NOS PARECE VISÍVEL NA RETA E A REALIDADE DO CAMINHO. NAS CURVAS AS SURPRESAS QUE NOS INSTIGAM.
ResponderExcluirUma das mais belas viagens pela geometria da vida ilustrada num poema de rara beleza e inteligencia. As retas que tendem ao infinito nos levando a uma estranha apatia, que somente se quebra diante uma inesperada curva acentuada tão comum nesta longa caminhada. A vida em sua plenitude é uma reta que pulsa e formam curvas em movimentos que chamamos de altos e baixos e os baixos se se sucedem vivemos o inferno, mas de lá sai com aprendizado. Enfim um poema destes que nos sugam para uma profunda reflexão e para o qual eu aplaudo de pé.
ResponderExcluirAi eu digo neste instante por certo Deus voltou suas mãos e pousou sobre as suas.
Lindo Marilene o voo conseguido.
Abraços nesta elegancia da escrita.
Beijos de paz.
Reflexão em forma de poema. Precisa, Marilene. bjssss
ResponderExcluirNunca escolhi o fácil, o óbvio. Gosto de desafios e da imprevisibilidade das curvas...
ResponderExcluirParabéns pela abordagem original a esta temática,
(Por economia de palavras, devido à escassez do tempo, é raro fazer referência às imagens escolhidas. Aqui te deixo os parabéns por todas elas!)
BJO, Marilene! :)
Obrigado, querida pelas suas simpáticas palavras.
ResponderExcluirAmo você e este fantástico blogue!
Beijinho doce!