(Loui Jover )
Existe um eu
nos versos que eu escrevo
e um outro eu
no verso das palavras,
observando as versões
explanadas
de vida, de sentimentos,
de olhar
Existe um eu transmutado
para a folha em branco
que pede
preenchimento ...
se falseado, domado,
estudado, costurado,
talvez sentido ...
quem o vai saber?
Existe um eu
nos versos que eu escrevo,
um eu que não sou eu
a habitá-los,
mas que leva em seu corpo
a cor de minhas entranhas
através de expostas tramas
que estranhos
nelas desenharam
Mas não são todos
espelhos de minh'alma?
Marilene
|
Que delicadeza com as palavras, Marilene. Linda postagem. Bjs e bom fim de semana.
ResponderExcluirOlá mana,
ResponderExcluirExcelente poema, que versa muito bem sobre a diferença existente entre o eu poético e o autor dos versos. É muito comum tal confusão.
Seu poema remeteu-me a Fernando Pessoa que, com seus vários heterônimos, mostrou que o poeta entrega seus versos para o verdadeiro dono do poema: o eu lírico. O autor, na verdade, nem sempre vivencia as experiências poetizadas. Estas podem lhe ser inspiradas por experiências de terceiros ou fantasiadas ou até baseadas em algum aspecto pessoal, já que o poema não está isento da subjetividade de seu criador.
Lindo!!!
Adorei a imagem.
Beijo.
Profundamente bela definição desta bela arte
ResponderExcluirque você tão bem nos apresenta com uma sensibilidade
e conhecimento inteligente da língua.
Como saber o quanto tem do poeta em cada verso?
O fato é que cada um entra por ele como numa tela de Van Gogh.
Bela inspiração Marilene.
Meus aplausos amiga.
Bjs de paz.
Olá,Marilene...
ResponderExcluirsim, excelente poema...vero,existe um "eu que não sou eu" , pois,por vezes, o que está transmutado na folha em branco que pede preenchimento, não é a supra expressão das vivências efetivas do autor...porém, quem, normalmente, escreve está, sobretudo, ensinando a si mesmo que não precisa limitar as palavras em apenas um corpo, uma mente, um coração.Está ensinando a si mesmo que se pode pluralizar o "eu" em diversos "eus" . Por isso, por vezes, quando a alegria decorrer em tristeza, e vice-versa, quando a leveza se transformar em pesar, e vice-versa, é o momento de de um "eu" escrever-SE outra vez. E outra, e outra, e outra. Quantas forem necessárias. Vamos, escrevendo, sem NUNCA perder a verdade. Pois, cada escrito tem um pouco do "eu" verdadeiro, pois,somente nós podemos escrever a nossa verdade. E que a verdade seja escrita sempre com alma...
Obrigado pelo carinho de sempre,bom f.d.s, excelente domingo, belos dias, beijos!
Certamente em cada poema há a forma do autor, suas cores, mas nem sempre é sobre si mesmo, Lindo. bjs
ResponderExcluirOlá, Marilene! Quando nos dispomos a abrir a alma através da escrita, de alguma forma, penso que o que escrevemos nos reflete. Mesmo que não seja o que transparece, mesmo quando não é o nosso melhor, é uma ilustração objetiva ou subjetiva do que somos, e portanto, poderoso instrumento de autoconhecimento. Abraços!
ResponderExcluirque bela definição do eu poético e do outro eu.
ResponderExcluirpor vezes o Poeta/Escritor transmutasse noutro eu para escrever.
por vezes leva muito de si para o papel, por vezes não.
gostei muito deste poema, e confesso que cada vez aprecio mais a sua poesia.
muitos parabéns.
bom domingo
beijo
:)
Que lindo,Marilene! E saber ver a diferença entre os dois eus, as duas realidades.A vivida e a inspiração é importante! Lindo! Tá tudo bem comigo( graças!) e acho que não recebi a atualização dessa última!! Mas estou aqui e sempre que vejo, adoro e quero mais e mais aqui estar! beijos, tudo de bom,linda semana! chica
ResponderExcluirPara mim, cada poema tem um pouco da alma do poeta que o escreveu.
ResponderExcluirMaravilhoso poema
Beijinhos
Maria
De fato, Marilene; tudo o que falamos (ou escrevemos, que é o caso), ainda que queiramos dar um sentido diverso, talvez porque a circunstancia exige, ainda assim há nisso o quê de nós, de nosso interior.
ResponderExcluirE na poesia então...
Reino a imaginação, mas a imaginação parte sempre do nosso interior; então sempre há um pouquinho de nós, de você, em cada coisa dita.
Cristo foi claro: a boca fala do que está cheio o coração.
Precisa ser mais claro, Marilene?
Grande abraço, querida!
http://pontosdefe.blogspot.com/
Lindo poema , Marilene
ResponderExcluirbeijinhos
Araan
Fantástico poema minha amiga.
ResponderExcluirGostei.
Um abraço e boa semana.
Também acredito, Marilene, que todos os versos que nos são inspirados, são espelhos da nossa alma, mesmo que não tenhamos vivenciado o ali exposto. O ser humano parece guardar dentro de si todos os sentimentos e todas as emoções geradas pela vida e é certo que, ante uma situação expostamente vivida por outros, a empatia se faça, e em se fazendo, assomam em nós as sensações que não vivemos, mas que no pressentir também fixam-se na nossa pele... E é justamente nos poetas que elas se manifestam de uma forma lírica, revestida de beleza que, mesmo transmutada em dor, não deixa de encantar e seduzir.
ResponderExcluirConcordo com a Verinha no seu pertinente comentário, em todos os ângulos. Haja vista um poema que traz elementos que traduzem uma dor sentida, um sentimento perdido, uma saudade aprofundada, muitas vezes fruto de identificação com uma situação alheia, mas os leitores tomam aquilo como uma vivência de quem se pronunciou. O positivo de tudo isto são as manifestações de solidariedade que são feitas, algumas de forma tão contundentes que talvez o próprio autor comece a sentir aquilo que tão fingidamente escrever (risos). Brincadeiras a parte, amiga, este teu poema é um dos primores das tuas últimas postagens. Li, com deleite e atenção, os três últimos poemas que ainda não tinha visto, e gostaria de comentar um a um. Na impossibilidade, pela exigüidade do tempo, faço apenas o registro da minha apreciação. Das imagens que precedem os poemas, apenas elogiar a excelente escolha.
Minha linda, que tua semana seja plena de todos os sorrisos que a tua alma puder expressar e de todas as estrelas que existem no teu céu interior.
Com meu carinho,
Leninha
Olá Marilene! Mais uma vez, aqui me faço presente para me deliciar com mais uma das tuas belas criações, produto resultante da junção dos teus eus inspiradores. Rsrs.
ResponderExcluirAbraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado.
Lindo, Marilene, principalmente no terceiro verso. Sempre temos um preferido, apesar da obra toda ser bela. Vejo exatamente isso, do poema, quando na primeira pessoa, confundir o leitor e até vemos 'solidariedade', quando muitas vezes é apenas ficção. Interessante isso.
ResponderExcluirBelo esse; sempre belos!
Beijo!
Marilene, um poema é algo que nos define no momento, mas quantas vezes mais tarde ao relermos o que escrevemos ficamos com a sensação de que foi um outro eu que o escreveu.
ResponderExcluirNão sei se me faço entender :)
Este seu verso dos versos, é um dos melhores poemas que escreveu, pois desnudou-se completamente. Parabéns!
Um beijinho com o desejo de uma boa semana
Fê
Ao poeta, a poesia permite tais indagações, como essa de buscar a ele próprio no que escreveu ou no que deixou de escrever. Às vezes, serão inúteis essas buscas dele próprio num poema, mas este ficará escrito de qualquer forma. E, assim, nascerá mais um poema.
ResponderExcluirParabéns, Marilene.
Abraços.
Provavelmente existem em você muitos outros eus, poetisa. Amei de amar.
ResponderExcluirBeijo*
Como diria pessoa, "O poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente". Abraços, Marilene.
ResponderExcluirA universalidade poética é tangível, mas inefável, por isso, não é coisa que se possa saber-a não ser o quanto nos toca...na ponte dos "eus"-já que o eu é sempre uma ficção, pois o que chega á consciência é representação e não a actividade instintiva que leva a essa consciência...quando se interpreta a poesia, como a qualquer arte_corre-se o risco de tomar por causa aquilo que é simplesmente efeito_o processo da desconstrucção pode servir de espelho, mas não muito mais do que isso... acaba por ser belo o espanto que revela com o eu nos seus voos ou fingimentos poéticos. Um abraço.
ResponderExcluirOlá Marilene,
ResponderExcluirMais um Magnífico Poema, revelador da sua qualidade ímpar em colocar nas Palavras feitas de poesia, a essência e as várias transmutações que acontecem dentro de cada um de nós ! Excelente !
Um Abraço!
Bom dia, neste eu que sou eu, só prendo continuar a ser o eu, apreciei o seu eu poético maravilhoso.
ResponderExcluirAG
Muito sublime este teu poema...
ResponderExcluirAmei!
Abraço!
Muito sublime este teu poema...
ResponderExcluirAmei!
Abraço!
São, Marilene... este é o maior motivo para que os poetas escrevam as suas palavras! Belo post, bom resto de semana.
ResponderExcluirAh os sussurros! sabes tão bem versar sobre o que vai na nossa alma.
ResponderExcluirEspelhos sim _ reflete e ecoa em mim.
Obrigada
A alma transmuta-se quando sente necessidade de escrever. Acho que tudo o que possa ser colocado em versos tanto pode ter a ver com a realidade própria do sujeito, como ser uma construção imaginada mas que sempre traz o invólucro de todo o tipo de sentimentos experienciados pelo sujeito real que ao escrever pode ser ele próprio, ou vestir outras personagens, e no caso de F. Pessoa, outras personalidades. E o que importa mesmo não é saber "quem" escreveu, mas o que escreveu.
ResponderExcluirMisturas como ninguém reflexão e sensibilidade.
Excelente, Marilene.
xx
Olá Marilene,não conhecia esse seu blog,engraçado somos amiga no face e aqui não me vejo como sua seguidora.
ResponderExcluirAmei o que você escreveu com uma grande profundidade d'alma,só uma poetisa como você poderia ter escrito versos com tantas veracidades.
Parabéns!
Bjs-Carmen Lúcia.
Poetisa Marilene, que Deus siga te abençoando, pois assim segue você sempre nos encantando com teus poemas e pensamentos, grato por compartilhar, dias deveras abençoados pra todos nós, grato por lá passar e tuas gentis palavras deixar, abraços!
ResponderExcluirOI MARILENE!
ResponderExcluirVERSOS SÃO MAIS QUE RIMAS E INSPIRAÇÕES, SÃO SIM PEDACINHOS DA ALMA DO POETA QUE OS ESCREVE E MESMO ASSIM, NUM ATO DE TOTAL DESPRENDIMENTO, OS LIBERTA, PARA QUE VIVAM CADA VEZ QUE ALGUÉM OS RECITAR.
LINDO AMIGA
http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Este poema é brilhante, talvez seja MESMO o melhor que já li seu.
ResponderExcluirParabéns pela excelência poética neste "verso dos versos".
Bom fim de semana, querida amiga Marilene.
Beijo.
No dizer de Pessoa, "O poeta é um fingidor//Finge tão completamente//Que chega a fingir que é dor//A dor que deveras sente". Ele deixa-nos vislumbrar aqui a complexidade da Alma humana. O verso e o reverso. E, realmente, tudo faz parte.
ResponderExcluirMuito obrigada, Marilene. É sempre bom vir aqui e encontrar palavras que nos fazem pensar.
Bj
Olinda
No dizer de Pessoa, "O poeta é um fingidor//Finge tão completamente//Que chega a fingir que é dor//A dor que deveras sente". Ele deixa-nos vislumbrar aqui a complexidade da Alma humana. O verso e o reverso. E, realmente, tudo faz parte.
ResponderExcluirMuito obrigada, Marilene. É sempre bom vir aqui e encontrar palavras que nos fazem pensar.
Bj
Olinda
O eu conta lá com suas duplicidades.
ResponderExcluirCadinho RoCo
É como dizer "somos o verso e o reverso da mesma medalha".
ResponderExcluirO ato criativo não é nunca só preto, ou só branco.
Ainda que seja uma elaboração mental, algo de nós, enquanto pessoas, está lá, mais que não seja a as competências que adquirimos ao longo da vida...
Excelente construção poética, Marilene!
BJO :)
Linda definição Marilene.
ResponderExcluirQuem escreve transmuta-se.
É quase um actor da palavra, ou mesmo um actor em forma de palavra.
Por isso, muitos afirmam que não interessa quem são, seu nome, sua vida, mas sim a obra - ela fala sozinha ;)
À parte isso, na realidade o ser humano é um conjunto de "eus".
Tem um fim-de-semana sereno e cheio de ti e de teus respirares e olhares sobre o belo que só teus olhos vêm.
bjn amg
Marilene
ResponderExcluirPodemos nos dividir em vários eus, mas todos se resumem a um só eu. Tenho o teu poema, como muito reflexivo. Pura mente poética.
Beijos
Belissimo poema...somos tantos, somos varios que no fim formam um so...
ResponderExcluirBeijos,Marilene...
Belissimo poema...somos tantos, somos varios que no fim formam um so...
ResponderExcluirBeijos,Marilene...
O Poeta nos seus Eus líricos transcrevem na Poesia,
ResponderExcluira dimensão maior do que a própria linguagem direta
pode limitá-la.
Um grande Poema como este seu, espelha esta dimensão
além das palavras e perto do sentir flutuante de todos
os significados da beleza poética.
Adorei, Querida Poetisa inspirada!!
Uma semana luminosa e inspiradora.
Beijo, Marilene.
O Poeta nos seus Eus líricos transcrevem na Poesia,
ResponderExcluira dimensão maior do que a própria linguagem direta
pode limitá-la.
Um grande Poema como este seu, espelha esta dimensão
além das palavras e perto do sentir flutuante de todos
os significados da beleza poética.
Adorei, Querida Poetisa inspirada!!
Uma semana luminosa e inspiradora.
Beijo, Marilene.
O Poeta nos seus Eus líricos transcrevem na Poesia,
ResponderExcluira dimensão maior do que a própria linguagem direta
pode limitá-la.
Um grande Poema como este seu, espelha esta dimensão
além das palavras e perto do sentir flutuante de todos
os significados da beleza poética.
Adorei, Querida Poetisa inspirada!!
Uma semana luminosa e inspiradora.
Beijo, Marilene.
espelhos
ResponderExcluiralmas
sentires
receios
viveres...
viver
eu
eu e tu
nós
eu... num espelho transparente...
Boa semana, Marilene; aguardo o próximo post!
ResponderExcluirBelo poema...Espectacular....
ResponderExcluirCumprimentos
Oi Marilene! Mais uma vez, aqui passando para apreciar teu belo poema e agradecer pela visita e gentil comentário deixado no nosso humilde Arte & Emoções.
ResponderExcluirAbraços,
Furtado.
Autoanálise poética que reflete a profunda sensibilidade que há em ti.Encantada com seu blog e começando a acompanhar os registros também daqui,bom dia!
ResponderExcluirBoa tarde, podemos nos dividir mas no fundo somos só uma eu, nada se devolve com um único eu, o poema é lindo.
ResponderExcluirAG
Lindo poema Marilene. Vejo assim, também ...Existe um eu que nem sempre sou eu mas carrega em si a minha essência, o meu saber, as minhas crenças..
ResponderExcluirGostei muito...
Um abraço, Élys.
Marilene
ResponderExcluirhoje é só para desejar.
boa Páscoa
beijinho
:)
Lindo demais!
ResponderExcluirTudo que escrevemos, falamos é o reflexo daquilo que temos no coração, na alma.
Parabéns por mais esta preciosidade.
Grande beijo no coração.
Que belíssimos versos Marilene. Adorei suas palavras e seu poetar. Com um rimar que se esconde nos versos e nas palavras, sua alma se desnuda em pétalas que desabrocham no encanto do preenchimento que habita em sua criação. Feliz por ter encontrado essa folha em branco, que respira os respingos de teu ser em palavras.
ResponderExcluirSou Alberto Valença do blog Verdades de um Ser e colaborador do Meu pequeno vício e Depois da sessão de cinema. Agora criei também um blog de viagens - O seu companheiro de viagem.
Verdades de um Ser
O seu companheiro de viagem
Obrigada, Alberto, pelo gentil comentário. Estive em seu blog e gostei da forma clara e leve com que escreve. Será sempre um prazer recebê-lo.
ExcluirMari,
ResponderExcluirSinto que te devo uma explicação. Relativamente ao meu último post, eu só não coloquei o link de blogues brasileiros por uma única razão, é que apesar de falarmos a mesma língua, temos costumes diferentes. Não sei até que ponto este tipo de desafios, não colidem com a vossa cultura. Mas brevemente farei um post onde destacarei todos os blogues brasileiros que constam da minha lista de blogues!
Espero, sinceramente, que não fiques chateado na certeza porém que tenho um carinho muito especial por todos os blogues brasileiros e pelo teu em particular!
Um beijinho!
Meu amigo, não se preocupe com isso (rss). Não sou chegada a esses desafios. Deixei um recadinho em sua postagem anterior, ok??? Bjs.
Excluir