Foram tantas as luas
que em ruas estreitas
me viram passar
cabisbaixa, absorta,
preocupada com o chão
E estavas tão perto,
ao alcance da mão
Foram tantos os versos
com melancolia traçados,
embrulhados, sem cores
com tarjas de solidão
E estavas tão perto,
oferecendo o coração
Foram tantos os passos
sem cadência ou beleza,
tantos giros sem graça
na desesperança
de ritmos tortos
que nada agradavam
E estavas tão perto,
com olhos que amavam
Foram tantos os dias sombrios
as noites eternas e frias
contendo vazios,
saudade, carência,
ausência de humano calor
E estavas tão perto,
confesso de amor
Só bastava um olhar
pra tirar a ferrugem dos dias
como um raio de sol,
no tranquilo movimento das nuvens
Um olhar ...
movimento tão simples,
que eu, alheada do mundo,
não te soube dar
Marilene
Querida amiga Lena, bom domingo!
ResponderExcluirComo pode estar alguém tão perto e deixar a tarja da solidão envolver o outro? Mas acontece...
Como pode alguém não saber dar sequer um olhar a quem sofre da carência da saudade? Mas acontece...
Mais uma poesia com sentimentos reais de quem não sabe dar um pouquinho sequer de atenção a quem súplica tão pouco.
Muito conhecedora do que se passa na realidade amorosa.
Tornou bonita toda dor poética de um coração perdidamente estraçalhado.
Tenha uma nova semana abençoada!
Beijinhos
😘💐
Um Poema Sublime.
ResponderExcluir"Foram" tão eloquentes as Palavras
para um tão grande Amor. E bastava um Olhar...
Gostei muito.
Um bj.
Nooooooooooossa, que lindo ,Marilene!
ResponderExcluirPor olhar para o chão somente, tantas vezes não vemos o que está tão perto ! Simplesmente maravilhosa!!!
beijos, ótimo domingo! chica
Uau! Que poema lindo demais. Obrigada pela partilha desta pérola!
ResponderExcluir-
Um presente que viaja ao passado...
Beijo. Bom fim de semana.
Ahhh poetisa... que bom ler-te.
ResponderExcluirO perto se faz longe vs o longe se faz perto mas, as razões de uma e outra situação, só quem as vive entende ou faz por isso. A poetisa que admiro faz-me nestas palavras sentidas questionar tanta coisa, por conseguir envolver-me nelas pessoalmente, revivendo, recordando, aceitando mas sem perceber porque tantas escolhas não estiveram, nem estão, apenas nas nossas mãos.
Quando andamos submersos nas nossas dores, torna-se tão difícil ver o que nos está à volta...
ResponderExcluirUm bonito poema que nos chama à reflexão.
Beijinhos
oi, Marilene, um poema sensível do que poderia ter sido e que não foi! Quantas histórias de amor poderiam ter sido escritas se houvesse a faísca do reconhecimento..... eu fico pensando que aí é que entra o acaso do destino. e das experiências pelas quais a alma se propôs a vivenciar. Vinicius de Moraes escreveu: que a "vida é a arte do encontro embora haja tantos desencontros pela vida'. . a sua poesia já é uma bela história poética! Parabéns!
ResponderExcluirUm abraço
Você é uma poetisa genial.
ResponderExcluirEste poema é soberbo.
Os meus sinceros aplausos para o seu enorme talento.
Boa semana, amiga Marilene.
Um beijo.
Lindo!
ResponderExcluirUm grande poema. Enorme.
Nos versos confessados deslizam os sentimentos pungentes, dor ainda presente, lamentos do coração.
ResponderExcluirQue linda composição, Mari!
Aplausos!
Bjos,
Carmen
Linda confissão, Marilene
ResponderExcluirQuando descobrimos que poderíamos ter feito melhor...
Amo sua escrita poética, seu dom com as palavras, amiga
E fico grata da sua amizade que tão bem me faz,
grande abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirLindo seu poema construído no certeiro olhar quando os pode ofertar.
ResponderExcluirQuerida Marilene
ResponderExcluirEis um dos seus mais belos poemas. E emociona tanto talento
e sensibilidade no tratamento deste tema candente e que nos
envolve. Por vezes, acontece passar despercebido o que era
tão evidente. Momentos de desatenção ou talvez porque não
era o momento certo. E o amor, um grande amor passa ao
lado sem remissão.
Boa terça-feira, minha amiga.
Beijinhos
Olinda
Boa tarde Marilene
ResponderExcluirGosto de sua maneira peculiar de escrever poesia de saber empregar as frases certas e com muito conteúdo
Já a leio faz muitos anos e acho, sem querer ser inconveniente, acho que a sua poesia cada vez melhora mais.
Este poema é para mim um dos mais belos que li de sua autoria.
Parabéns.
Boa semana com saúde e paz.
Um beijo
:)
Um cadenciado frásico e enlevo com tanta harmonia!
ResponderExcluirAplausos, Marilene!
Um beijo!
Muito belo o teu poema Marilene.
ResponderExcluirMuitas vezes aquilo que queremos está tão perto...que nem a vemos!
Uma noite linda para ti. Beijo!
Minha querida Marilene. Como sempre um poema escrito com os dedos da alma. Tão longe e tão perto. um beijinho
ResponderExcluirBeleza de poema Lena. A gente muitas vezes vive este transe de buscar, o que está tão perto e ao mesmo tempo nos parece longe e quando damos por nós, o tempo senhor de tudo nos apresenta o tesouro tão claro por onde passamos com os olhos embotados. Haja sensibilidade ativa e viva amiga.
ResponderExcluirAbraços com carinho.
Versos lindíssimos repletos paixão, Marilene.
ResponderExcluirAplausos.
Agradeço as suas simpáticas visitinhas.
Um beijinho carinhoso
Verena.
Que lindos versos, querida,
ResponderExcluircheio de amor e paixão, eu sei o que é isso
também estou apaixonada pelo meu amor! rs
Me identifiquei muito
abraços carinhosos!
Uma maravilha, Poeta amiga.
ResponderExcluirQuanto talento e sensibilidade!
Agradeço estes bons momentos...
Peço desculpa por chegar tarde, mas a retribuição dos mais de sessenta comentários que me deixaram pelas férias, ocupou-me demais.
Dias inspirados. Beijo
~~~~~~
Regido pela vivacidade da linguagem em pulsação, o poema traz uma representação do "real" que nos lembra as antigas cantigas medievais com uma roupagem inteiramente renovada. Tão perto do lhar, o que não basta, e se nos escapa, e o eu lírico, então, curva-se à realidade do distanciamento. O que fazer? O lamento ou a confissão amorosa... Um belo poema!
ResponderExcluirAbraços, Marilene!